13 agosto 2009

Passado Presente - Making of

Resgistros fotográficos de alguns momentos de labuta. Na oportunidade estava eu, soldando esferas de aço à hastes de latão. Pra isso usava liga de prata, pois muitos me falaram que era o mais indicado e mais seguro (e solda de prata é bem mais caro). Soldei várias peças utilizando liga de prata. É bem seguro, mas é muito fácil errar o ponto de solda ou não conseguir alcaçá-lo (precisa de muito calor para conseguir derreter a prata até que ela possa fundir-se com os outros metais). Sendo assim, ocorria que as peças de latão que eram aquecidas p/ serem soldadas, não resistiam a tanto calor, e algumas derretiam. Mais tarde, resolvi testar liga de latão p/ soldar as peças... e deu certo. Derreti muito mais rápido que a prata e não danifica as demais peças.

Vale o registro para quem for se aventurar não cometer esse erro. erdi muitas peças assim.


Ps.: na primeira foto eu estava cortando os dormentes para o trilho do trem.






28 julho 2009

Passado Presente 4ªParte

Desde quando decidimos que iríamos fazer o filme em stop motion, minha idéia persistente de aprender o ofício de elaborar armaduras para os bonecos pode finalmente libertar-se. Era então a hora de experimentar. Sabia do risco que é usar esqueletos de arame (se o arame quebra-se no meio de uma cena, são várias as consequências. Umas delas é que perde-se a cena inteira, são raras as excessões em que salva-se algum material. A outra é que a parte quebrada tem que ser substituída. Isso significa, no mínimo, mexer na estrutura do boneco, onde há grande chance de se modificar algum elemento).



Por isso optei de cara, por esqueletos ball joint (articulados por esferas de metal). Já tinha uma pequena base de como executá-lo, pois já tinha visto alguns construídos. Pesquisei em todas as fontes on-line possíveis. Fotografias de armaduras da aardman e da produção do filme "o estranho mundo de jack" me ajudaram muito nesse processo.





Comecei então, junto com o Geraldo, a pensar num esqueleto de ball joint simples porém funcional. Trabalhamos muito no protótipo, e finalmente algumas peças começaram a sair.



Sempre há um ponto de partida. Essas peças foram o nosso. A partir daí ficou fácil pensar em adaptações para torná-lo ainda mais funcional e corrigir alguns problemas.

15 julho 2009

Passado Presente 3ªParte

Após fechar o storyboard, alguns esboços dos personagens e cenário, sentimos a necessidade de visualizar o espaço no qual nosso filme se desenrolaria. Ok. Mas precisávamos de personagens também. Então peguei um esqueleto de arame (o qual batizei de Teobaldo) que aprendi num workshop com o Rodrigo que trabalhou um tempo na aardman. O outro esqueleto, igualzinho ao meu, pegamos emprestado de uma colega de sala, que fez esse mesmo workshop, a Marcela. Modelei um rosto tosco só para ocupar o espaço acima do pescoço, que não tinha nada, e então partimos para os testes. Tentamos imitar, na medida do possível, os ângulos das cenas desenhadas que aparecem no storyboard. Alguns ficaram bons, outros nem tanto. Mas foi uma etapa importante do processo, onde pela primeira vez, conseguimos ter uma noção espacial daquilo que criamos em nossas cabeças.





24 junho 2009

Primeiro esboço do velho

Depois de ver algumas referências, cheguei ao primeiro esboço do que talvez será a aparência do personagem principal da animação. Tentei modelar em argila um rosto fiel aos rascunhos, mas tudo na fase de testes ainda. Quando as coisas desafogarem nos trabalhos de final de semestre na faculdade, irei modelar em massinha, ai em definitivo, os 4 personagens.


07 junho 2009

Passado Presente 2ªparte

Estamos a todo vapor na produção. O planejamento é que comecemos a filmar por volta de agosto, quando voltam as aulas na universidade, início do 2º semestre. Por enquanto mais algumas imagens do storyboard, que ajudaram muito na visualização da "idéia" como possível história.





29 maio 2009

Passado Presente

Esse é o projeto de graduação, o qual é a razão de ser da habilitação "cinema de animação" dentro do curso de Artes Visuais da UFMG. Os alunos que optam por escolher tal habilitação, ficam três dos quatro anos de curso, preparando o que será nos finalmentes, um curta-metragem. Os professores e orientadores incentivam que as produções não extrapolem 1 min. Mas ai, a gente pensa... 1 min. só? Animadores respondem muito fácil a essa pergunta. Um minuto de animação corresponde a 1440 quadros, tecnicamente. Pensem só... se numa animação ao estilo clássico 2D, os profissionais desenham tudo a mão, quer dizer que pra se fazer um único minuto, há de se fazer 1440 desenhos? Sim, tecnicamente. Há muitas variações. Mas basicamente é isso.
Animação é sempre um processo muito laborioso, que exige sobretudo muita paciência. Há várias etapas que muitas pessoas desconhecem, sendo assim, esse será um espaço para visualizar o quão complexo é se fazer uma animação.

Pois bem, então esqueçam por enquanto a animação clássica 2D. Esse projeto cujo o Título é "Passado Presente", se realizará numa técnica muito plástica, 3D e manual. O Stop Motion. Que também é uma técnica bem antiga, mas que até hoje impressiona muito pelas possibilidades. O stop motion também agrega as novas tecnologias, facilitando o processo de animação, que ainda continua manual (aliás, essa é magia da técnica). Isso pode ser facilmente visualizado em longas-metragem como "Wallace e Gromit e a batalha dos vegetais" da inglesa Aardman, "O estranho mundo de Jack" dirigido por Henry Selick que atualmente lançou "Coraline" que também impressiona pela riqueza de detalhes.

"Passado Presente" vem sendo desenvolvido dentro da habilitação de cinema de animação em parceria com Filipe Carrijo. Desde o início entendemos que cinema não é pra ser feito individualmente. Há sempre grandes equipes por trás de um filme. Por isso juntamos forças nessa longa caminhada.

Nosso filme, como a maioria, começou com uma idéia. Decidimos por expor um elemento do nosso estado, Minas Gerais. O elemento escolhido é um muito presente por aqui, a estação de trem. Além do que o povo mineiro é estereotipado por falar "trem" em substituição a qualquer outra coisa. (o "uai" também é marca registrada). Fechada a idéia inicial, partimos pro roteiro, o qual ficamos por mais ou menos 3 meses, seguindo a disciplina que estávamos frequentando, que era justamente para desenvolvimento de um roteiro. Uma sinopse básica do filme: "Um velho que tem uma ligação muito forte com a estação agora abandonada, se encontra lá sozinho. Recordações do seu passado, começam a fazer parte do seu presente."

Fechado o roteiro, iniciamos o storyboard (etapa essencial de uma animação. Hoje em dia também é muito usado para planejamento de cenas em live action.) o qual eu ilustrei (algumas cenas abaixo). Bom, e eu, vou parando por aqui senão o post ficará gigantesco e ninguém terá saco para ler. Nos próximos, muito mais sobre o filme.