Como já havia dito em posts anteriores, contamos com muitos auxílios para a realização desse projeto ao longo do seu processo. Na etapa de produção e construção do cenário, uma ajuda fundamental foi a do Bruno Amarante, que viabilizou nossa idéia de construir mini-telhas usando a mesma técnica que se produz telhas de barro. E assim foi. Arrumamos o barro na escola mesmo (o professor de escultura nos cedeu gentilmente), e levamos pro ateliê de ecultura do Bruno para produzi-las. Ele nos auxiliou e nos instriu como deveria ser feito. Foi uma das etapas mais legais, porque saí um pouco do ambiente fechado estúdio, p/ mexer com barro. Isso alivia um pouco as tensões. Depois de prontas ele as queimou no forno. O resultado foram "telhas" de verdade mesmo, só que miniaturas. Passou em muito minhas expectaticas iniciais de fazer as telhas de papel.

Nas imagens, a base para sustentação do telhado da estação, e um primeiro teste de escala, pra ver se os tamanhos estavam batendo. As duas últimas imagens, são exatamente no ateliê de escultura do Bruno. E a última é ele mesmo aprovando os alunos, e simulando como ficaria o telhado.

Finalmente depois de muitas pesquisas, muita ralação, muito metal disperdiçado (por falta de experiência) e muitos dedos queimados (maçarico queima moçada, hehe), consegui finalizar, com a ajuda sempre pontual do Geraldo, o protótipo do esqueleto, que daria origem à modelos mais aperfeiçoados mais tarde. Foi uma etapa importantíssima do processo, pois viabilizou e canalizou toda a expectativa referente a idéia de concepção e funcionamento do protótipo, com peças sucateadas e materiais aquém das armaduras de ball joint produzidas para grandes peças. Algumas limitações já eram visíveis, mas para o personagem do velho resolveria perfeitamente. Um exemplo dessas imperfeições eram os ombros que não se movimentavam depois de subir 90 graus e o uso de algumas peças que se encontram em raios de bicicleta para simular esferas de metal (não deu certo mesmo, pois limitou e desgastou os elos).
Depois disso, o protótipo foi para o estúdio ser animado numa sequencia de testes de algumas cenas do velho. Se comportou bem, apesar de algumas partes afrouxarem com certa facilidade. Nada que prejudicasse muito, mas mesmo assim eu estava disposto a aperfeiçoar, na medida do possível, as partes que não me agradaram muito.

Resgistros fotográficos de alguns momentos de labuta. Na oportunidade estava eu, soldando esferas de aço à hastes de latão. Pra isso usava liga de prata, pois muitos me falaram que era o mais indicado e mais seguro (e solda de prata é bem mais caro). Soldei várias peças utilizando liga de prata. É bem seguro, mas é muito fácil errar o ponto de solda ou não conseguir alcaçá-lo (precisa de muito calor para conseguir derreter a prata até que ela possa fundir-se com os outros metais). Sendo assim, ocorria que as peças de latão que eram aquecidas p/ serem soldadas, não resistiam a tanto calor, e algumas derretiam. Mais tarde, resolvi testar liga de latão p/ soldar as peças... e deu certo. Derreti muito mais rápido que a prata e não danifica as demais peças.

Vale o registro para quem for se aventurar não cometer esse erro. erdi muitas peças assim.


Ps.: na primeira foto eu estava cortando os dormentes para o trilho do trem.

Não é uma banda que me faça falar: PUXA, como eu gosto de Coldpplay, mas. em algumas situações passa batido. Não é também o que se diga, "melhor ouvir do que ser surdo", não chega a tanto. É o mesmo velho problema de bandas que começam sendo uma promessa de um som diferente que depois caem nas garras da industria maléfica que deposita muita grana na conta deles... coitadinhos!

Mas enfim, o lance é que o Coldplay lançou seu ultimo videoclipe da música "Strawberry Swing" do disco "Viva la vida" (disco esse, que há algumas canções que podem ter sido plagiadas segundo alguns figurões da industria fonográfica... processos correm... mas isso tb não tem nada a ver). Esse videoclipe feito pelos caras da Shynola (conceituada e alternativa produtora), é um Pixilation que mistura também animação clássica através de um mega-grande quadro-negro (tudo riscado a giz) que serve como cenário para o vídeo. Ficou muito legal. Aliás , o coldplay tem esse legado de bons videoclipes (pelo menos isso né!).

O interessante é que ao incluir animação clássica no quadro-negro, os diretores resgatam o surgimento da animação, onde há indícios (nada comprovado), que o primeiro curta, gravado em 1908, de um francês Émile Cohl e se chama "Fantasmagorie", e é exatamente feito na técnica do quadro-negro. Legal demais. Parabéns pros caras da Shynola.


Sendo assim, abaixo, o videoclipe do Coldplay, seguido da animação clássica de 1908, "Fantasmagorie".

Desde quando decidimos que iríamos fazer o filme em stop motion, minha idéia persistente de aprender o ofício de elaborar armaduras para os bonecos pode finalmente libertar-se. Era então a hora de experimentar. Sabia do risco que é usar esqueletos de arame (se o arame quebra-se no meio de uma cena, são várias as consequências. Umas delas é que perde-se a cena inteira, são raras as excessões em que salva-se algum material. A outra é que a parte quebrada tem que ser substituída. Isso significa, no mínimo, mexer na estrutura do boneco, onde há grande chance de se modificar algum elemento).



Por isso optei de cara, por esqueletos ball joint (articulados por esferas de metal). Já tinha uma pequena base de como executá-lo, pois já tinha visto alguns construídos. Pesquisei em todas as fontes on-line possíveis. Fotografias de armaduras da aardman e da produção do filme "o estranho mundo de jack" me ajudaram muito nesse processo.





Comecei então, junto com o Geraldo, a pensar num esqueleto de ball joint simples porém funcional. Trabalhamos muito no protótipo, e finalmente algumas peças começaram a sair.



Sempre há um ponto de partida. Essas peças foram o nosso. A partir daí ficou fácil pensar em adaptações para torná-lo ainda mais funcional e corrigir alguns problemas.

Três músicos profissionais, o lobo, o coelho e o urso tirando um som na floresta. Só que o lobo é avacalhado (fiquem de olho na dancinha dele). Ri muito quando vi essa animação pela primeira vez no Anima Mundi ano passado. Levou o prêmio de melhor trilha sonora no festival, graças ao lobo, lógico!
O diretor é um húngaro(deve ser um figura), Alexei Alexeev.

"Domingo eu quero ver
o domingo passar
Domingo eu quero ver
o domingo acabar"